DIA DO LÓTUS BRANCO
Annie Besant
O dia 8 de Maio é universalmente consagrado pelos teosofistas à recordação afetuosa dos trabalhadores da Sociedade que já partiram para o além. O Dia do Lótus Branco é o nome que o Presidente Fundador lhe deu em "Ordem Executiva" publicada na revista "The Theosophist", em Maio de 1892, para comemorar a morte de sua grande Co-Fundadora, H.P. Blavastsky, ocorrida no ano anterior. Embora ela não tivesse sugerido nenhuma particular forma de observância, tinha como altamente desejável que os membros se reunissem no aniversário de sua morte.
É um fato interessante e significativo que, neste dia 8 de Maio, por todo o mundo, homens e mulheres recordem aqueles que tendo trabalhado na Sociedade Teosófica, mudaram seu lugar de trabalho tranferindo-se do plano físico para outros planos, porém encontrado-se ainda a trabalhar pelo mesmo movimento inspirador, pelo mesmo ideal.
UMA COMEMORAÇÃO UNIVERSAL
Esta madrugada , de acordo com a nossa hora, na longinqua Birmania iniciou-se a celebração deste dia. Depois, além do oceano, na Índia, em Adyar deve ter sido solenizado também este dia. A seguir, através do vasto continente da Índia, as solenidades se irão realizando com a caraterística que sempre acompanha tais recordações aqui, isto é, milhares e milhares de pobres terão sido alimentados, em nome de H.P.B. e daqueles que trabalharam, pela mesma causa que foi a sua. Assim, a celebração terá ido avançado até a Itália, a Alemanha, a Noruega, a Suécia, a Holanda, a Bélgica, e a França, até chegar a nós, (na Inglaterra), e daí a poucas horas irá até o continente americano, onde solenidade similares terão lugar, até que esse clamor tenha feito a volta ao mundo, até que na longínqua, S. Francisco e na Austrália do Sul, a mesma memória haja sido invocada e expressa alí a mesma gratidão. É, naturalmente impossível, - a não ser por intermédio da palavra escrita – que trabalhadores de países demasiado distantes para se encontrarem face a face, se conheçam pelo nome.
Não aumentaria muito o vosso conhecimento mencionar muitos nomes de trabalhadores indianos. Eles não teriam significação para a vossa mente, embora o nome de Tukaran Tatya vós o possais provavelmente recordar pôr haverdes lido o seu nome como editor de livros na Índia. Não importa, porém, que os seus nomes não sejam conhecidos, desde que o seu trabalho seja uma coisa vivida.
E assim como se vê, em uma construção, a beleza da edificação em seu todo, para a qual cada tijolo colocado nas paredes, traz sua contribuição de força e estabilidade, assim também temos no crescimento do grande movimento na Índia, a lembrança daqueles que o contribuíram e estão construindo; e nosso coração até eles vai, buscando-os em outros mundos e neste, por amor ao trabalho que estão fazendo.
É quase ocioso, entretanto, citar tantos nomes, pois é quase certo que esqueceremos os de muitos outros que mereceriam ser lembrados; assim, limitemo-nos a irradiar para toda a parte, desta nossa reunião, aqueles que se retiraram deste plano para o próximo, uma mensagem de amor, a qual sem se prender a nome algum, abrirá caminho até eles e os saudará do outro lado, informando-os de que lhes evidenciamos o nosso amor e gratidão, principalmente pelo trabalho que executamos ao qual eles dedicaram suas vidas, esperando utilizar por tal modo o poder que eles derramaram sobre nós afim de que o movimento possa ser ainda mais forte por eles terem partido do que quando eles estavam entre nós. E a esta lembrança de amor e gratidão, acrescentemos uma palavra de saudação para aqueles que estão de retorno ao nosso meio, procurando encontrar em novos corpos, no mundo físico, novas oportunidades de serviço, novo trabalho a executar para a Teosofia e para o mundo.
Texto extraído e compilado de "O Teosofista" – Março-Abril de 1938
